Prefeitura de Lorena orienta sobre o combate ao caramujo africano

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O verão é um período chuvoso e a Vigilância Epidemiológica lembra que após a chuva, os caramujos africanos (que já se tornaram uma praga no Brasil) se proliferam, pois eles gostam de ambientes quentes, úmidos e com sombra. Os quintais das residências e os terrenos abandonados são lugares apropriados para a reprodução dos caramujos, por isso a importância de mantê-los sempre  limpos e cuidados.

O caramujo africano é um molusco terrestre da espécie Achatina fulica, originário do nordeste da África trazido para o  Brasil na década de 80. Está classificado entre as cem piores espécies exóticas invasoras de ocorrência mundial, pela União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN apresenta excelente capacidade de adaptação e dispersão, uma vez que tem hábito alimentar herbívoro generalista, grande resistência a alterações ambientais e alto potencial reprodutivo.

O caramujo africano é hermafrodita, tem alta capacidade de proliferação e não apresentam predador natural, facilitando a sua multiplicação de forma descontrolada.

Podem realizar até quatro posturas anuais, com 160 a 400 ovos, por postura. Os ovos são facilmente reconhecidos, tem cinco milímetros de diâmetro, forma arredondada e casca calcária amarelada. Sendo encontrados em grande número, principalmente semi enterrados no solo. O caramujo africano é hospedeiro intermediário de duas espécies de vermes do gênero Angiostrongylus, podendo transmitir, através da ingestão do molusco cru ou de ingestão acidental da sua secreção, a angiostrongilíase abdominal e a angiostrongilíase meningoencefálica .

 Quais as Medidas de Controle do Caramujo Africano e como prevenir as doenças?

O caramujo deve ser identificado a fim de não colocar em risco os caramujos nativos (existem espécies brasileiras que podem ser confundidas). A identificação do caramujo africano é feita através da borda da concha. No caramujo africano, a borda da concha apresenta-se cortante e afiada. As espécies nativas apresentam a borda da concha espessa e não cortante.

Que cuidados a população deve tomar?

A principal providência a ser tomada é o controle pela catação. O uso de pesticidas não é recomendado em função da alta toxicidade dessas substâncias. A melhor opção é a catação manual com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos. Este procedimento pode ser realizado nas primeiras horas da manhã ou à noitinha, horários em que os caramujos estão mais ativos e é possível coletar a maior quantidade de exemplares. Durante o dia, eles se escondem para se proteger do sol.

 Como eliminar os caramujos depois da catação?

  1. Queima e maceração das conchas

Colete os exemplares encontrados colocando-os em um recipiente de metal ou de barro queimá-los de forma controlada com fogo persistente. Posteriormente, depois de frio, quebrar as conchas e enterrar no solo de forma a não servirem de criadouros para mosquitos principalmente o Aedes aegypti, transmissor da Dengue.

  1. Disposição para coleta de lixo domiciliar

Em um balde, diluir uma colher de água sanitária em um litro de água. Esta diluição deve ser proporcional à quantidade de caramujos africanos coletados. Reservar;

  • Com uma tesoura ou faca, fazer pequenos furos em uma sacola plástica.
  • Coletar os caramujos com as mãos protegidas, colocando-os na sacola com furos;
  • Fechar a sacola com um nó em sua extremidade;
  • Colocar esta sacola no balde reservado com a mistura de hipoclorito de sódio (água sanitária);
  • Manter os caramujos imersos por 24 horas;
  • Retirar a sacola do balde, escorrendo a água por completo;
  • Colocar a sacola em outra, sem furos, fechando-a com um nó em sua extremidade;
  • Dispensar a sacola para a coleta de lixo domiciliar;
  • Dispensar a água utilizada na rede de esgoto sanitário.
  1. O que não devo fazer?

Evitar usar sal para controlar os caramujos, para impedir a salinização do solo, pois o sal o torna infértil e especialmente porque apesar de matar o caramujo, não mata os ovos que possam estar em seu interior.

Utilizar  venenos ou moluscicidas, por esses não serem espécie-específicos, colocam  em risco os moluscos nativos. Essas substâncias podem ser muito tóxicas e não seguras, podendo ocasionar intoxicação humana e morte acidental de outros animais, inclusive os domésticos.

  1. Como higienizar verduras, frutas e legumes consumidos crus?

Lave bem esses alimentos em água corrente e deixe-os de molho por 30 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 1% (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 1 litro de água filtrada). Com esses procedimentos é possível evitar, além de outros parasitas, a infecção por larvas de Angiostrongylus sp.

É importante salientar que a população tem um papel crucial no combate e controle do caramujo africano, seja na coleta e combate da espécie ou na limpeza e conservação de terrenos ocupados ou baldios.

Em caso de infestações, a população pode entrar em contato com o setor de Controle de Vetores, na Secretaria de Saúde, situada à Rua Benedito Marcondes de Moura Sobrinho, 38, Centro ou pelo telefone: 3159 3300.

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