Inscrições abertas para o Concurso Literário RUTH GUIMARÃES

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O concurso Literário RUTH GUIMARÃES promovido pela ALL – Academia de Letras de Lorena está com as inscrições arbertas e receberá inscrições até o dia 1 de junho de 2020.

O tema do Concurso é a obra literária de Ruth Guimarães, a ser abordada pelos participantes num dos gêneros: – crônica, conto ou poesia. O objetivo é promover a literatura, como expressão mais profunda do espírito humano, incentivar a criatividade literária e a leitura e a escrita opinativa ou crítica, promover os talentos literários, incentivar a reflexão por meio da palavra poética, e propiciar oportunidade de publicação das obras selecionadas e reverenciar e valorizar a obra literária da escritora.

A inscrição, gratuita, deve ser realizada no período de 02 de março a 01 de junho de 2020 com as categorias: Estudantes do Ensino Fundamental 2 – 6º ao 9º ano; Estudantes do Ensino Médio; Demais pessoas interessadas. O limite máximo de participantes por categoria é de trinta participantes, por isso é importante se inscrever o mais rápido possível.

Ruth Guimarães Botelho

A obra da escritora homenageada, cujo centenário de nascimento comemoramos neste ano, tem relevância internacional. Ruth Guimarães Botelho nasceu em Cachoeira Paulista, em 13 de junho de 1920, dia do padroeiro da cidade, Santo Antônio, e faleceu, na mesma cidade, em 21 de maio de 2014. Foi poetisa, cronista, contista, romancista e teatróloga. Notabilizou-se como tradutora de Balzac, Dostoievski, Daudet e Apuleio, e como pesquisadora da literatura oral no Brasil. Lecionou Língua Portuguesa em escolas da rede estadual de educação, e Folclore, Língua e Literatura Brasileira e Portuguesa, Psicologia da Arte e Literatura Latina em faculdades da região valeparaibana.
Ainda criança, com dez anos, publicou os primeiros poemas nos jornais da terra natal: A Região e A Notícia. Aos 18 anos mudou-se para a capital paulista onde se formou em Filosofia pela USP e, mais tarde, em Letras Clássicas. Cursou também Folclore e Estética.
Foi a primeira escritora negra a se projetar no cenário da literatura brasileira com o lançamento do livro de estreia: Água funda, em 1946, que nos conduz em saborosa viagem pelo universo caipira do Vale do Paraíba paulista e mineiro, nas vertentes da Serra da Mantiqueira, no qual a superstição e o sobrenatural muitas vezes orientam a vida cotidiana. A obra é aplaudida por intelectuais como Nelson Werneck Sodré e Antônio Cândido que afirmou que a autora “nos prende porque tem a capacidade de representar a vida por meio da ilusão literária, graças à insinuante voz narrativa que inventou …”.
Jornalista, colaborou na imprensa paulista e carioca e manteve seção na Revista do Globo de Porto Alegre, na qual resenhava livros, publicava seus textos literários e traduções e mantinha um concurso de contos. Escreveu para o Correio Paulistano, A Gazeta, o Diário de São Paulo, a Folha de Manhã e a Folha de São Paulo, e para o Suplemento Literário do Estado de São Paulo. Tinha uma coluna semanal de crônicas no jornal Valeparaibano, de São José dos Campos.
Fundou, em Cachoeira Paulista, o Museu de Folclore Valdomiro Silveira e a Academia Cachoeirense de Letras (hoje, Academia Cachoeirense de Letras e Artes), em 1972, a primeira academia de letras da região. Em 5 de junho de 2008, assumiu a Cadeira 22 da Academia Paulista de Letras. É madrinha da Academia de Letras de Lorena, tendo empossado seus afilhados no dia 16 de agosto de 2009.
Estudiosa da cultura popular, principalmente do folclore, Ruth teve como mestre ninguém menos que Mário de Andrade, para ela o grande responsável por apresentá-la melhor ao folclore brasileiro. Entre suas publicações, destacam-se, além de Água Funda, Lendas e Fábulas do Brasil, Calidoscópio – A saga de Pedro Malasarte, Contos de Cidadezinha, Os filhos do medo e um definitivo dicionário da Mitologia Grega.
Em depoimento no seminário “Encontro de Gerações”, promovido pelo Museu Afro Brasil, em São Paulo, em 2007, abordou sua obra e a questão do negro no país: “Minha formação é totalmente anônima, mergulhada na literatura brasileira, uma literatura sem escolha. […] temos uma espécie de formação mista; assim como somos um povo mestiço, todo cheio de misturas de todo jeito, a nossa literatura também é toda feita de pedaços de textos, de arrumações aqui e ali. […]. Eu conto a história da roça, de gente da roça, do caipira. Eu também sou caipira, modéstia à parte.”
Às vésperas de completar 89 anos, assumiu a Secretaria de Cultura em sua cidade natal. Ruth Guimarães integrou importantes entidades culturais, como a União Brasileira de Escritores, o Instituto de Estudos Valeparaibano, a Comissão Estadual de Folclore, o Centro de Pesquisas Folclóricas Mário de Andrade e a Sociedade Paulista de Escritores.

[Autores pesquisados para esta breve biografia: José Luiz Pasin (Ruth Guimarães – Bio-Bibliografia, s/data); Olga de Sá (Arte e Cultura no Vale do Paraíba, Literatura, 1998, publicação do Centro Cultural Teresa D’Ávila; Encontro de Gerações, Museu Afro Brasil, colhido em 25/01/2020, em http://www.letras.ufmg.br/litera…/autoras/434-ruth-guimaraes]

O Edital completo e a ficha de inscrição estão disponíveis no Facebook da Academia de Letras de Lorena. Veja: https://pt-br.facebook.com/permalink.php?story_fbid=2240575839572582&id=1493086630988177

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